Olá caro amigo, hoje a leitura é
para você que quer conhecer um pouco mais sobre o Surdo e alguns processos que
reforçam sua identidade e cultura.
Muitas pessoas se perdem em
terminologias para se referir à pessoa surda. É comum escutarmos de ouvintes
alheios os termos surdo-mudo, mudo ou deficiente auditivo, pois acreditam que
chamá-lo de Surdo imprima mais preconceito. Para esse grupo social, a carga semântica
empregada no significado de cada palavra faz muito sentido e não aprovam os
termos supracitados, preferem ser chamados de SURDOS. O termo deficiente, adotado devido a um
processo histórico no qual o surdo é interpretado apenas pelo estereótipo em
uma visão clínico terapêutico. Encarar o surdo apenas por uma perspectiva
fisiológica exclui ao surdo o reconhecimento da dimensão política, lingüística,
social e cultural da surdez.
Os termos “mudo” ou “surdo-mudo” também são bem
empregados por grande parte da população leiga. Tais termos são incorretos,
pois existem surdos que podem falar, se quiser, através de aulas com o aparelho
fonador. Existem surdos que são oralizados e os que preferem não ser, essa
situação não nega o uso da língua de sinais.
Muitas pessoas pensam que o
intérprete é a voz do surdo. O mesmo tem papel importante nas interações entre
surdos e ouvintes que desconhecem a LIBRAS. Porém a língua de sinais é a língua
oficial do surdo, pois constrói identidades, promove relações sociais,
desenvolve aspectos lingüísticos e se faz presente no meio que vivemos tendo
voz para ter consciência na tomada de decisão. Sendo assim, atribuir ao intérprete de libras a responsabilidade de
educar, ensinar conteúdos em sala de aula, atividades básicas como comprar um
material, reforça a crença que o surdo não tem língua.
Então caros leitores, por hoje é
isso e concluo nossa reflexão com os dizeres de Gertrudes Stein, uma surda
alemã, que sinalizou em 1969 uma mensagem sobre quem é o surdo.
“É
muito natural, alguns ouvem com mais prazer com os olhos do que com os ouvidos.
Eu ouço com os olhos.”
Referência:
GESSER, A, O Surdo. In: GESSER,
A. Libras? Que língua é essa? São Paulo: Parábola,2009 (capítulo 2).
Vinícius Carvalho
Mestrando em Ensino de Química- UFJF/PPGQ
vinicius-scarvalho@hotmail.com
Mestrando em Ensino de Química- UFJF/PPGQ
vinicius-scarvalho@hotmail.com
Muito bom o texto Vinícius...e esta referência que você usou é muito boa para quem está começando os estudos na área da Libras!
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