É notório que o teatro encanta muitas
pessoas, como também é uma forma de se expressar, mostrar realidades, contar
histórias, mostrar pontos diferentes de um mesmo assunto, representar conceitos
que seriam de difícil entendimento pelas metodologias tradicionais. Em uma das
falas de Einstein ele afirmou que: “a
arte mais importante do mestre é provocar a alegria da ação criadora e do
conhecimento”. Então porque não utilizá-lo como uma forma de ensino? O
teatro, para alguns autores é defendido como uma estratégia muito importante
para o ensino, como aponta Koudela (2011 p.1):
“Atualmente
a legislação educacional brasileira reconhece a importância da arte na formação
e desenvolvimento de crianças e jovens, incluindo-a como componente curricular
obrigatório da educação básica. O Teatro é abordado nos PCN – Arte a partir de
sua gênese em rituais de diferentes culturas e tempos e o jogo é conceituado a
partir promovendo o desenvolvimento da criatividade, em direção à educação
estética e práxis artística. Nesse sentido, o jogo teatral é um jogo de
construção em que a consciência do ‘como se’ é gradativamente trabalhada em
direção à articulação da linguagem artística do teatro. No processo de
construção dessa linguagem, a criança e o jovem estabelecem com seus pares uma
relação de trabalho, combinando a imaginação dramática com a prática e a
consciência na observação das regras do jogo teatral.”
Os surdos se comunicam através da
LIBRAS, consequentemente utilizam muitas expressões faciais e corporais, sendo
a observação visual muito importante. Neste sentido podemos pensar o quanto a
química, ou qualquer outra disciplina, ensinada de forma lúdica, como o teatro,
poderia enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. Mas antes de tudo devemos
entender que o surdo não é uma pessoa incapaz, e sim uma pessoa que se comunica
em uma língua diferente dos ouvintes, e nós podemos claramente utilizar esse
meio de comunicação para interagir e criar interessantes formas de ensinar
diversos conteúdos.
Atualmente ensinar química tem sido um
desafio, visto que a desmotivação dos alunos em estudar um conteúdo abstrato e
muitas vezes encarado como difícil, somente tem aumentado assim, se faz
necessário pensar em alternativas diferenciadas de ensino. Na esfera do ensino
de química para surdos, a linguagem química se torna muito distante a esses
indivíduos, pois possui uma simbologia própria e muitos termos específicos da
química não possuem sinal próprio em LIBRAS (SOUZA e SILVEIRA, 2011). Esta
dificuldade, além da complexidade de interpretação e compreensão da Língua
Portuguesa, acaba gerando maiores dificuldades porque os recursos didáticos
basicamente se encontram na forma escrita, ou sem adaptação em LIBRAS. Desta
forma, o teatro se mostra como uma alternativa interessante para auxiliar o
professor e motivar os alunos. Podemos trabalhar com os alunos ouvintes e os
surdos, conseguindo uma maior interação entre ambos além de proporcionar uma
forma eficaz de se aprender um conteúdo de forma lúdica e prática.
Referências:
·
KOUDELA, Ingrid D. A nova proposta de ensino do
teatro. 2011. Acessado em 24.10.2016 Disponível em: http://www.revistas.usp.br/salapreta/article/download/57096/60084
·
SOUZA, S. F. de; SILVEIRA, H. E. Terminologias
químicas em LIBRAS: a utilização de sinais na aprendizagem de alunos surdos.
Química Nova na Escola. n. 33, p. 36-46, 2011.
Por:
Maria Helena Zambelli
mhzambelli@gmail.com